Conforme expõe o empresário Aldo Vendramin, o cavalo crioulo é uma das raças mais admiradas da América do Sul, conhecido por sua resistência, agilidade e temperamento equilibrado. Para manter e melhorar essas qualidades ao longo das gerações, é essencial investir em cruzamentos estratégicos baseados em critérios genéticos bem definidos. Um bom planejamento reprodutivo pode elevar significativamente o padrão dos animais, tanto para uso esportivo quanto para criação.
E isso começa com a escolha criteriosa de garanhões e matrizes que expressem as melhores características da raça. Mas afinal, como fazer isso de forma eficiente e responsável? Leia mais abaixo:

Quais características genéticas devem ser priorizadas?
No cavalo crioulo, a genética deve ser pensada a partir do padrão racial e das exigências funcionais da raça. Características como estrutura corporal equilibrada, força nos posteriores, boa conformação de aprumos, além de resistência física e temperamento dócil são altamente valorizadas. Essas qualidades garantem não só um bom desempenho em provas como a Marcha de Resistência e o Freio de Ouro, mas também a longevidade e a saúde dos animais.
Além do fenótipo, o histórico genealógico dos animais deve ser analisado com atenção. Animais descendentes de linhagens premiadas tendem a transmitir essas qualidades aos seus descendentes, desde que o cruzamento seja bem planejado. Nesse sentido, como menciona Aldo Vendramin, o uso de ferramentas de avaliação genética, como o acasalamento dirigido e o mapeamento genético, ajuda a evitar problemas como consanguinidade e vícios de conformação.
Como escolher os melhores garanhões e matrizes?
A seleção de garanhões e matrizes deve ir além da aparência física. De acordo com Aldo Vendramin, é necessário observar o histórico de produção desses animais: quais qualidades eles transmitem, quantos filhos têm com bom desempenho, e como se comportam nas pistas. Um bom garanhão, por exemplo, é aquele que consegue imprimir suas qualidades nos filhos, mesmo quando cruzado com diferentes matrizes.
Outro ponto importante é o temperamento, muitas vezes negligenciado. Animais com comportamento agressivo ou instável podem comprometer a segurança de cavaleiros e tratadores, além de transmitirem essas características para a prole. O ideal é buscar equilíbrio entre desempenho e docilidade, garantindo cavalos funcionais e manejáveis. Investir em exames genéticos, avaliações funcionais e morfológicas ajuda a tomar decisões mais embasadas e eficazes na hora de formar um casal reprodutor.
Qual é o papel dos cruzamentos estratégicos no aprimoramento da raça?
Cruzamentos estratégicos não significam apenas unir dois bons animais, mas sim combinar características complementares de forma inteligente. Por exemplo, se uma égua apresenta excelente resistência, mas precisa melhorar o andamento, o ideal é cruzá-la com um garanhão que tenha passada solta e regular. Como evidencia o senhor Aldo Vendramin, essa combinação aumenta as chances de produzir um potro que reúna o melhor de ambos os progenitores.
Com o uso de dados e acompanhamento técnico, é possível planejar gerações inteiras com objetivos específicos, como melhorar desempenho em provas, resistência ou mesmo beleza morfológica. Técnicas como inseminação artificial e transferência de embriões também ampliam as possibilidades genéticas sem exigir grandes deslocamentos dos animais. A chave está em ter metas claras e fazer escolhas consistentes ao longo do tempo, sempre visando o bem-estar e a evolução contínua do cavalo crioulo.
Por fim, aprimorar a genética do cavalo crioulo é um processo que exige conhecimento, planejamento e comprometimento com a raça. Segundo Aldo Vendramin, escolher garanhões e matrizes com responsabilidade e visão de longo prazo é essencial para garantir o sucesso na criação. Afinal, cada potro nascido é o resultado direto dessas decisões. E quando feitas com critério, elas não apenas constroem linhagens vencedoras, mas também fortalecem o futuro da raça crioula.
Autor: Daker Riaso