A intensificação das mudanças climáticas impõe um cenário de urgência para governos em todo o mundo. De acordo com José Henrique Gomes Xavier, a gestão pública tem papel central na construção de um futuro sustentável, equilibrando o desenvolvimento socioeconômico com a preservação ambiental.
Secas prolongadas, enchentes, ondas de calor e eventos extremos são cada vez mais frequentes, exigindo políticas públicas mais eficazes, integradas e baseadas em dados. Nesse contexto, adaptar e mitigar os efeitos das mudanças climáticas se tornou uma prioridade inadiável para gestores públicos em todos os níveis.
Quais são os principais desafios da gestão pública frente às mudanças climáticas?
A atuação governamental diante das mudanças climáticas enfrenta inúmeros obstáculos, desde a limitação orçamentária até a falta de planejamento estratégico de longo prazo. Entre os principais desafios enfrentados pelos entes públicos, destacam-se:
- Falta de integração entre políticas públicas
Muitas vezes, ações ambientais são tratadas de forma isolada, sem conexão com áreas como saúde, mobilidade, habitação ou educação, o que reduz sua eficácia. - Infraestrutura urbana defasada
Cidades mal planejadas são mais vulneráveis a alagamentos, deslizamentos e ao colapso de serviços básicos durante eventos climáticos extremos. - Carência de dados e monitoramento climático
A ausência de sistemas confiáveis de coleta e análise de dados dificulta a criação de políticas climáticas baseadas em evidências.
Conforme José Henrique Gomes Xavier, a superação desses desafios exige inovação na gestão pública, participação social ativa e investimentos contínuos em planejamento urbano e ambiental.
Como a gestão pública pode transformar desafios climáticos em oportunidades?
Apesar das dificuldades, José Henrique Gomes Xavier aponta que o enfrentamento das mudanças climáticas oferece uma série de oportunidades para a gestão pública se modernizar e fortalecer. Algumas dessas oportunidades incluem:
- Transição energética para fontes renováveis
A substituição de combustíveis fósseis por energias limpas, como solar e eólica, pode gerar economia, atrair investimentos e criar empregos verdes. - Incorporação de infraestrutura verde nas cidades
Parques urbanos, telhados verdes e áreas de preservação ajudam a regular o microclima e reduzem o impacto de enchentes e ilhas de calor. - Promoção de políticas de mobilidade sustentável
Incentivar o uso de transporte público, bicicletas e veículos elétricos contribui para a redução de emissões e melhora da qualidade do ar.

Segundo José Henrique Gomes Xavier, os governos que investem em ações climáticas inteligentes colhem benefícios ambientais e também ganhos econômicos e sociais, como saúde pública e bem-estar da população. Governos que desejam enfrentar as mudanças climáticas de forma estruturada devem adotar estratégias integradas e baseadas em ciência. Algumas das mais eficazes incluem:
- Elaboração de planos municipais e estaduais de adaptação climática
- Criação de fundos verdes para financiar ações sustentáveis
- Incorporação de critérios ambientais em compras e contratos públicos
- Educação ambiental para formar uma população consciente e engajada
- Parcerias com universidades, empresas e ONGs para inovação climática
Como preparar a gestão pública para o futuro climático?
Preparar a gestão pública para os desafios climáticos exige ações em três frentes principais:
- Capacitação técnica de gestores e servidores
É fundamental formar profissionais qualificados para atuar com planejamento urbano, geoprocessamento, meio ambiente e análise de risco climático. - Fortalecimento institucional e legislativo
Leis e estruturas administrativas precisam estar alinhadas com os compromissos climáticos nacionais e internacionais. - Uso de tecnologias e dados para monitoramento e prevenção
Ferramentas como sensoriamento remoto, IA e plataformas de dados climáticos são essenciais para antecipar riscos e planejar respostas rápidas.
José Henrique Gomes Xavier explica que a gestão pública do futuro é aquela que combina conhecimento técnico, inovação e sensibilidade social para proteger o meio ambiente e as futuras gerações. Mais do que reagir a crises, os gestores precisam se antecipar aos riscos, promover políticas inclusivas e investir em soluções sustentáveis que integrem desenvolvimento e conservação ambiental.
Autor: Daker Riaso